segunda-feira, 17 de junho de 2013

Situação de Aprendizagem 5

Sequência Didática - Texto: "MEU PRIMEIRO BEIJO" - Antônio Barreto

Público Alvo: 9º ano
Duração: 1 bimestre, 2 aulas semanais

ETAPAS

 1- Preparando a leitura
Ativação de conhecimento de mundo; antecipação ou predição; checagem de hipóteses.

Atividade 1 – RODA DE CONVERSA
·         O professor prepara uma roda de conversa antes da leitura. –(Levantamento do conhecimento prévio)
·         Apresentação do livro
·         Explorar: o título, autor, capa, contra capa, editora, bibliografia, etc.
·         Apresentar o título do capítulo, explorando a palavra beijo
·         Quem já deu o primeiro beijo?

2-Aquecendo para a leitura
Fazer inferências locais e globais

Atividade 2 – Leitura do texto e estudo de vocabulário.
- Distribuir cópias do texto para os alunos
·         Solicitar aos alunos para que eles localizem no texto palavras que desconhecem o significado.
Dividir a sala em duplas e pedir que tentem adivinhar a significado das palavras desconhecidas no contexto. Distribuir dicionários e pedir que confiram o significado.

Meu Primeiro Beijo
Antonio Barreto

É difícil acreditar, mas meu primeiro beijo foi num ônibus, na volta da escola. E sabem com quem? Com o Cultura Inútil! Pode? Até que foi legal. Nem eu nem ele sabíamos exatamente o que era "o beijo". Só de filme. Estávamos virgens nesse assunto, e morrendo de medo. Mas aprendemos. E foi assim...
Não sei se numa aula de Biologia ou de Química, o Culta tinha me mandado um dos seus milhares de bilhetinhos:
"Você é a glicose do meu metabolismo.
Te amo muito!
Paracelso"
E assinou com uma letrinha miúda: Paracelso. Paracelso era outro apelido dele. Assinou com letrinha tão minúscula que quase tive dó, tive pena, instinto maternal, coisas de mulher... E também não sei por que: resolvi dar uma chance pra ele, mesmo sem saber que tipo de lance ia rolar.
No dia seguinte, depois do inglês, pediu pra me acompanhar até em casa. No ônibus, veio com o seguinte papo:
- Um beijo pode deixar a gente exausto, sabia? - Fiz cara de desentendida.
Mas ele continuou:
- Dependendo do beijo, a gente põe em ação 29 músculos, consome cerca de 12 calorias e acelera o coração de 70 para 150 batidas por minuto. - Aí ele tomou coragem e pegou na minha mão. Mas continuou salivando seus perdigotos:
- A gente também gasta, na saliva, nada menos que 9 mg de água; 0,7 mg de albumina; 0,18 g de substâncias orgânica; 0,711 mg de matérias graxas; 0,45 mg de sais e pelo menos 250 bactérias...
Aí o bactéria falante aproximou o rosto do meu e, tremendo, tirou seus óculos, tirou os meus, e ficamos nos olhando, de pertinho. O bastante para que eu descobrisse que, sem os óculos, seus olhos eram bonitos e expressivos, azuis e brilhantes. E achei gostoso aquele calorzinho que envolvia o corpo da gente. Ele beijou a pontinha do meu nariz, fechei os olhos e senti sua respiração ofegante. Seus lábios tocaram os meus. Primeiro de leve, depois com mais força, e então nos abraçamos de bocas coladas, por alguns segundos.
E de repente o ônibus já havia chegado no ponto final e já tínhamos transposto , juntos, o abismo do primeiro beijo.
Desci, cheguei em casa, nos beijamos de novo no portão do prédio, e aí ficamos apaixonados por várias semanas. Até que o mundo rolou, as luas vieram e voltaram, o tempo se esqueceu do tempo, as contas de telefone aumentaram, depois diminuíram...e foi ficando nisso. Normal. Que nem meu primeiro beijo. Mas foi inesquecível!
BARRETO, Antonio. Meu primeiro beijo. Balada do primeiro amor. São Paulo: FTD, 1977. p. 134-6.
fonte: Extraído de http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=22430

3-Saboreando o texto

Atividade 3 – CONTEXTO DE PRODUÇÃO
·         Dividir a classe em grupos, e solicitar uma pesquisa com roteiro (elaborado pelo professor, conforme sua realidade) Destacar:
 - Autor:
 - Obra
 - Época:
 - Gênero:
- Um representante do grupo faz a apresentação para a sala
 -O professor faz intervenção, complementando a fala dos alunos com foco no gênero

4-      Entrelaçando leituras coletivas

Atividade 4 - Percepção das relações: intertextualidade x interdiscursividade
·         Intertextualidade:
Trabalhar o texto – “Beijos” – ( Martha San Juan França)

Beijos
Em todas as bocas
( Martha San Juan França)

É um ato simples, mas de muitos sentidos. Por isso, é difícil explicar como surgiu

Beijo é ciência? Depende. No século 19, constatou-se, para surpresa dos ocidentais, que muitas culturas ignoravam o prazer da "justaposição dos músculos orbiculares da abertura bucal no estado de contração". Povos do Pacífico Sul e tribos africanas não tinham esse hábito. Os esquimós preferiam roçar os narizes e os japoneses nunca admitiriam em público que gostavam de beijar. Mesmo sabendo, como a medicina se encarregou de esclarecer, que o ato favorece o aparelho circulatório, aumenta de 70 para 150 os batimentos do coração e beneficia a oxigenação do sangue.
Sem esquecer que o beijo estimula a liberação de hormônios que causam bem-estar. Detalhe: na troca de saliva, a boca é invadida por cerca de 250 bactérias, 9 miligramas de água, 18 de substâncias orgânicas, 7 decigramas de albumina, 711 miligramas de materiais gordurosos e 45 miligramas de sais minerais. Ninguém pode dizer que não há rigor científico nessa análise!
Se o ato de beijar não é natural, mas foi aprendido, então quando se descobriu que fazia bem? Há muitas teorias. Alguns acreditam que o hábito tem origem na relação mãe e filho. Há milhares de anos, depois de sugar o peito, a criança recebia alimentação sólida mastigada pela mãe e passada à boca, como fazem certos tipos de aves. Mas a teoria é contestada por algumas culturas da Nova Guiné e do sudoeste da África que tinham o hábito de fornecer comida mastigada aos bebês, mas nunca se beijaram até ter o primeiro contato com europeus. Supõe-se, mesmo assim, que o beijo está relacionado ao ato de cheirar e conseqüentemente ao reconhecimento, pelo odor, dos indivíduos de uma mesma família.
Seja como for, as primeiras representações do beijo de que se tem notícia datam de 1500 a.C. São esculturas e murais do templo de Khajuraho, na Índia.No século 6 da era cristã, o Kama Sutra estava repleto de referências aos beijos. Ele ensina, entre outras coisas, que "não há duração fixa ou ordem entre o abraço e o beijo, o aperto e as marcas feitas com as unhas e os dedos", pois "o amor não cuida do tempo ou da ordem".



O beijo
Pintura de Gustav Klimt (1862-1918), de 1908, simboliza a paixão no estilo Art Nouveau


Diferenças no latim

Escândalo 

Nicole Kidman e Tom Cruise em De Olhos Bem Fechados

O costume deve ter se espalhado entre os povos indo-europeus, pois os gregos o adotaram com entusiasmo. No século 5 a.C., o historiador Heródoto chegou a descrever vários tipos de beijos e seus significados entre persas e árabes. Mas foram os romanos que se encarregaram de popularizá-lo. O latim registra três palavras para definir o beijo: osculum é aquele beijo solene na face; basium é apaixonado, que se dá na boca; e saevium, o beijo leve e terno.
O beijo tornou-se importante na Idade Média, até que a Igreja Católica se encarregou de reprimi-lo caso a intenção fosse libidinosa em vez de apenas a execução automática de um gesto de etiqueta. Assustavam-se na época com o prazer que o beijo podia transmitir. Faz sentido. Os cientistas contemporâneos comprovaram que o beijo possui uma química especial, uma espécie de marca enviada ao parceiro por meio do hálito, da língua, dos lábios e da saliva.
As terminações nervosas reagem ao estímulo erótico e promovem uma reação em cadeia. Ao mesmo tempo, as células olfativas do nariz – mais próximas da boca – permitem cheirar e degustar o outro.
Como dizia o poeta francês Arthur Rimbaud (1854-1891): "os beijos são como pepitas de ouro e de prata encontradas na terra sem ter qualquer valor em si e que são preciosas por indicarem que há uma mina perto". Não é à toa que nesses tempos mais permissivos, o beijo tornou-se matéria-prima importante no cinema, nas artes-plásticas, na literatura – até beirando o exagero. O beijo amoroso é visível em todo lugar, virou objeto da publicidade, notícia e vítima de escândalos. Nas novelas é parte da eterna trama de quem fica com quem. Felizmente, apesar da vulgarização, continua a ser uma metáfora da paixão. Mais do que nunca, vale a letra de As Time Goes By, a trilha sonora do filme Casablanca: "A kiss is still a kiss/(...) The fundamental things apply as time goes by (um beijo é só um beijo, (..) as coisas fundamentais acontecem enquanto o tempo passa).


 Para ler
 O Beijo — primeiras lições de amor, história, arte e erotismo, de Gérald Cahen. Editora Mandarim. 1998
 A Terapia do Beijo, de Eduardo Lambert. Editora Pensamento. 2000 
(reportagem disponível em: http://galileu.globo.com/edic/116/rep_beijos.htm - acesso em 15/06/2013)

5- Desdobrando para outros momentos

Atividade 5 - Percepção das outras linguagens: Poema
Fazer uma análise do texto com o poema.   
Relacionar os sentimentos provocados pela leitura do texto e do poema?

 Um beijo
Foste o beijo melhor da minha vida,
ou talvez o pior...Glória e tormento,
contigo à luz subi do firmamento,
contigo fui pela infernal descida!

Morreste, e o meu desejo não te olvida:
queimas-me o sangue, enches-me o pensamento,
e do teu gosto amargo me alimento,
e rolo-te na boca malferida.

Beijo extremo, meu prêmio e meu castigo,
batismo e extrema-unção, naquele instante
por que, feliz, eu não morri contigo?

Sinto-me o ardor, e o crepitar te escuto,
beijo divino! e anseio delirante,
na perpétua saudade de um minuto...
 Olavo Bilac

·         Trabalhar a biografia do autor, pedindo aos alunos que pesquisem (lição de casa)

6- Desdobrando para outras linguagens

Percepção de outras linguagens; elaboração de apreciações estéticas e/ou afetivas; elaboração de apreciações relativas e valores éticos e/ou políticos

Atividade 6 –
Quais os sentimentos provocados pela leitura do texto?
Há situações e locais, em que o beijo é inadequado? Relatar exemplos conhecidos que retratam situações sobre o “beijo”.

AVALIAÇÃO:
·         Sondagem no interesse e participação do aluno.
·         Fazer a reescrita – uma narrativa de personagem que não participa da história (3ª Pessoa)

Referências Bibliográficas

·         BARRETO, Antonio. “Meu primeiro beijo”. In: Balada do Primeiro Amor. São Paulo: FTD, 1977. p. 134-136. Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/
·         DOLZ, Joaquim e SCHNEUWLY, Bernard e colaboradores. Gêneros e progressão em expressão oral e escrita – elementos para reflexões sobre uma experiência suíça (Francófona). In: Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado das Letras, 2010. ( pág.41 – Apostila curso Melhor gestão/Melhor ensino – D.E Região de Jaboticabal – maio 2013
·         ROJO, Roxane. Letramento e capacidades de leitura para a cidadania. São Paulo: SEE: CENP, 2004 – texto apresentado no curso– Melhor gestão/Melhor ensino – D.E Região de Jaboticabal – maio 2013
·         http://pensador.uol.com.br/poemas_beijo/.

Mônica Hernandes Duran

domingo, 16 de junho de 2013

Situação de Aprendizagem 4

Meu primeiro beijo - Antônio Barreto


Conteúdo: gênero - crônica “Meu primeiro beijo” de Antonio Barreto

Público-alvo: 8ª série (9º ano)

Aulas previstas: 6

Objetivo: desenvolver as habilidades de leitura e interpretação (a capacidade leitora)

Recursos: folhas impressas, data-show, livros de outros autores, dicionários e internet. As atividades poderão ser feitas em duplas ou trios.

Estratégias (habilidades de leitura):
  • antes da leitura: levantamento dos conhecimentos prévios sobre o assunto; expectativa em função do suporte; expectativas em função da formatação do gênero; expectativas em função do autor, antecipação do tema (título, subtítulos, epígrafes, prefácios e sumários); antecipação do tema ou ideia principal a partir do exame de imagens;
  • durante a leitura: leitura autônoma (ou compartilhada); confirmação ou retificação das antecipações criadas antes da leitura; localização ou construção do tema ou ideia principal; uso do dicionário para esclarecer palavras desconhecidas; construção do sentido global do texto; identificar palavras-chave para a determinação dos conceitos vinculados, buscar informações por meio de consultas em internet, enciclopédias ou outras fontes; construção do sentido global do texto; identificar referências a outros textos, buscando informações adicionais;
  • depois da leitura: avaliação; utilização em função da finalidade da leitura, o registro escrito para melhor compreensão; avaliação crítica do texto. Depois disso pedir que relacionem alguns conteúdos do texto com a matéria de ciências (comentar sobre calorias, metabolismo, hormônios, glicose, etc) para ampliar a atividade anterior.

1- Preparando a Leitura

Mostrar imagens a respeito do beijo, um quadro de Gustav Klimt (figura1) e uma foto de “O Beijo Roubado” de Jean-Honoré Fragonard (figura 2). 


"O Beijo", de Gustav Klimt
Figura 1

“O Beijo Roubado” de Jean-Honoré Fragonard
Figura2

Pedir aos alunos que comentem sobre uma das imagens e depois escrevam: “Como foi o primeiro beijo?” e “O que sentiram?”. 


2- Leitura do texto

Ler o texto “Meu Primeiro Beijo”, de Antonio Barreto. 

MEU PRIMEIRO BEIJO
Antonio Barreto

É dificil acreditar, mas meu primeiro beijo foi num ônibus, na volta da escola. E sabem com quem? Com o Cultura Inútil! Pode? Até que foi legal. Nem eu nem ele sabíamos exatamente o que era "o beijo". Só de filme. Estávamos virgens nesse assunto, e morrendo de medo. Mas aprendemos. E foi assim...
Não sei se numa aula de Biologia ou de Química, o Culta tinha me mandado um dos seus milhares de bilhetinhos:
" Você é a glicose do meu metabolismo.
Te amo muito!
Paracelso"
E assinou com uma letrinha miúda: Paracelso. Paracelso era outro apelido dele. Assinou com letrinha tão minúscula que quase tive dó, tive pena, instinto maternal, coisas de mulher...E também não sei por que: resolvi dar uma chance pra ele, mesmo sem saber que tipo de lance ia rolar.
No dia seguinte, depois do inglês, pediu pra me acompanhar até em casa. No ônibus, veio com o seguinte papo:
- Um beijo pode deixar a gente exausto, sabia? - Fiz cara de desentendida.
Mas ele continuou:
- Dependendo do beijo, a gente põe em ação 29 músculos, consome cerca de 12 calorias e acelera o coração de 70 para 150 batidas por minuto. - Aí ele tomou coragem e pegou na minha mão. Mas continuou salivando seus perdigotos:
- A gente também gasta, na saliva, nada menos que 9 mg de água; 0,7 mg de albumina; 0,18 g de substâncias orgânica; 0,711 mg de matérias graxas; 0,45 mg de sais e pelo menos 250 bactérias...
Aí o bactéria falante aproximou o rosto do meu e, tremendo, tirou seus óculos, tirou os meus, e ficamos nos olhando, de pertinho. O bastante para que eu descobrisse que, sem os óculos, seus olhos eram bonitos e expressivos, azuis e brilhantes. E achei gostoso aquele calorzinho que envolvia o corpo da gente. Ele beijou a pontinha do meu nariz, fechei os olhos e senti sua respiração ofegante. Seus lábios tocaram os meus. Primeiro de leve, depois com mais força, e então nos abraçamos de bocas coladas, por alguns segundos.
E de reperente o ônibus já havia chegado no ponto final e já tínhamos transposto , juntos, o abismo do primeiro beijo.
Desci, cheguei em casa, nos beijamos de novo no portão do prédio, e aí ficamos apaixonados por vária semanas. Até que o mundo rolou, as luas vieram e voltaram, o tempo se esqueceu do tempo, as contas de telefone aumentaram, depois diminuíram...e foi ficando nisso. Normal. Que nem meu primeiro beijo. Mas foi inesquecível!

BARRETO, Antonio. Meu primeiro beijo. Balada do primeiro amor. São Paulo: FTD, 1977. p. 134-6.
3- Percepção das relações (interxtualidade x interdiscursividade)

Pedir o que eles entenderam entre a compreensão do texto e as imagens (fazerem uma relação entre ambos).

4- Avaliação

1 – O aluno consegue identificar o tema?
2 – Recupera as informações?
3 – Compreender os conteúdos não explícitos?
4 – Sintetiza de modo coerente?


Letícia Godoy Rosa

Situação de Aprendizagem 3

Sequência Didática - Texto "Meu Primeiro Beijo, de Antônio Barreto

O professor apresenta as imagens e pede aos alunos que observem com atenção a relação apresentada entre as personagens.




2- antes da leitura inicial o professor fará uma breve comentário de que o texto lido é um trecho do livro Balada do primeiro amor de Antônio Barreto, onde a protagonista é uma garota chamada Larissa que relata uma experiência importante de sua vida. 

Entregar cópias do texto aos alunos e fazer a leitura.


Meu Primeiro Beijo
Antonio Barreto
É dificil acreditar, mas meu primeiro beijo foi num ônibus, na volta da escola. E sabem com quem? Com o Cultura Inútil! Pode? Até que foi legal. Nem eu nem ele sabíamos exatamente o que era "o beijo". Só de filme. Estávamos virgens nesse assunto, e morrendo de medo. Mas aprendemos. E foi assim...
Não sei se numa aula de Biologia ou de Química, o Culta tinha me mandado um dos seus milhares de bilhetinhos:" Você é a glicose do meu metabolismo.Te amo muito!Paracelso"
E assinou com uma letrinha miúda: Paracelso. Paracelso era outro apelido dele. Assinou com letrinha tão minúscula que quase tive dó, tive pena, instinto maternal, coisas de mulher...E também não sei por que: resolvi dar uma chance pra ele, mesmo sem saber que tipo de lance ia rolar.
No dia seguinte, depois do inglês, pediu pra me acompanhar até em casa. No ônibus, veio com o seguinte papo:
- Um beijo pode deixar a gente exausto, sabia? - Fiz cara de desentendida.
Mas ele continuou:
- Dependendo do beijo, a gente põe em ação 29 músculos, consome cerca de 12 calorias e acelera o coração de 70 para 150 batidas por minuto. - Aí ele tomou coragem e pegou na minha mão. Mas continuou salivando seus perdigotos:
- A gente também gasta, na saliva, nada menos que 9 mg de água; 0,7 mg de albumina; 0,18 g de substâncias orgânica; 0,711 mg de matérias graxas; 0,45 mg de sais e pelo menos 250 bactérias... Aí o bactéria falante aproximou o rosto do meu e, tremendo, tirou seus óculos, tirou os meus, e ficamos nos olhando, de pertinho. O bastante para que eu descobrisse que, sem os óculos, seus olhos eram bonitos e expressivos, azuis e brilhantes. E achei gostoso aquele calorzinho que envolvia o corpo da gente. Ele beijou a pontinha do meu nariz, fechei os olhos e senti sua respiração ofegante. Seus lábios tocaram os meus. Primeiro de leve, depois com mais força, e então nos abraçamos de bocas coladas, por alguns segundos.
E de repente o ônibus já havia chegado no ponto final e já tínhamos transposto , juntos, o abismo do primeiro beijo.Desci, cheguei em casa, nos beijamos de novo no portão do prédio, e aí ficamos apaixonados por vária semanas. Até que o mundo rolou, as luas vieram e voltaram, o tempo se esqueceu do tempo, as contas de telefone aumentaram, depois diminuíram...e foi ficando nisso. Normal. Que nem meu primeiro beijo. Mas foi inesquecível!
BARRETO, Antonio. Meu primeiro beijo. Balada do primeiro amor. São Paulo: FTD, 1977. p. 134-6.


3 - Localização de informações; comparação de informação; generalizações.

4- Produção de inferências locais; produção de inferências globais.
a) Que momento é esse?
b) Quando e onde aconteceu?
c) Com quem ela viveu essa experiência?
 5- Recuperação do contexto de produção; definição de finalidades e metas da atividade de leitura.
- Como você pode constatar, no primeiro parágrafo, a narradora muda de opinião a respeito da experiência do primeiro beijo.
a) Qual é o primeiro julgamento que ela faz?
b) E o segundo julgamento?

6- Percepção de outras linguagens; elaboração de apreciações estéticas e/ ou afetivas; elaboração de apreciações relativas e valores éticos e ou políticos.
1- O menino utiliza de outros meios para atrair atenção da protagonista. Quais são esses meios?
2 - Ao término da leitura do texto você observou mudanças no comportamento da protagonista em relação ao menino?

7- Percepção das relações de intertextualidade; percepção das relações de interdiscursividade.
Distribuir copias com a letra da música: 
Beija Eu
Seja eu!
Seja eu!
Deixa que eu seja eu
E aceita
O que seja seu
Então deita e aceita eu...
Molha eu!
Seca eu!
Deixa que eu seja o céu
E receba
O que seja seu
Anoiteça e amanheça eu...
Beija eu!
Beija eu!
Beija eu, me beija
Deixa
O que seja ser...
Então beba e receba
Meu corpo no seu
Corpo eu, no meu corpo
Deixa!
Eu me deixo
Anoiteça e amanheça...
Seja eu!
Seja eu!
Deixa que eu seja eu
E aceita
O que seja seu
Então deita e aceita eu...
Molha eu!
Seca eu!
Deixa que eu seja o céu
E receba
O que seja seu
Anoiteça e amanheça eu...
Aaaaah! ah ah ah ah! ah!
Ah! ah ah ah!
Ah! ah ah ah!
Ah ah ah!...
Beija eu!
Beija eu!
Beija eu, me beija
Deixa
O que seja ser...
Então beba e receba
Meu corpo no seu
Corpo eu, no meu corpo
Deixa!
Eu me deixo
Anoiteça e amanheça...
Aaaah! Aaaaah!
Oh oh oh oh oh oh!
Oh oh oh oh oh oh!
Aaaah! Aaaaah
Oh oh oh oh oh oh!
Oh oh oh oh oh oh!
Aaaah! Aaaaah


Oh oh oh oh oh oh!...

Dividir a sala em duplas. Pedir aos alunos que respondam:


a-    Escreva com suas palavras o que vocês entenderam sobre a música.
b-    Que sentimentos a música provocou em vocês? Expliquem.
c-    Qual a intertextualidade existente entre o texto e a musica?
Finalizar com apresentação do clipe.  http://letras.mus.br/marisa-monte/63/ 


Vera Lúcia  Rodrigues de Lima

Situação de Aprendizagem 2



 Sequência Didática - Texto “Pausa”, de Moacyr Scliar

Público Alvo: 9° ano

Duração – 6 aulas

1º passo: Antes da leitura:
Ativação de conhecimentos de mundo previamente à leitura;

Atividade - Roda de Conversa

Já ouviram falar sobre o autor?
Já leram alguma coisa sobre ele?
(se houver obras do autor na sala de leitura, apresentar aos alunos para ser feita a apreciação dos livros)

Ler a biografia do autor Moacyr Scliar:


Moacyr Jaime Scliar nasceu em Porto Alegre (RS), no Bom Fim, bairro que até hoje reúne a 
comunidade judaica, a 23 de março de 1937, filho de José e Sara Scliar. Sua mãe, professora primária, foi quem o alfabetizou. Cursou, a partir de 1943, a Escola de Educação e Cultura, daquela cidade, conhecida como Colégio Iídiche. Transferiu-se, em 1948, para o Colégio Rosário, uma escola católica.
Em 1955, passou a cursar a faculdade de medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre (RS), onde se formou em 1962. Em 1963, inicia sua vida como médico, fazendo residência em clínica médica. Trabalhou junto ao Serviço de Assistência Médica Domiciliar e de Urgência (SAMDU), daquela capital.
Publica seu primeiro livro, “Histórias de um Médico em Formação”, em 1962. A partir daí, não parou mais. São mais de 67 livros abrangendo o romance, a crônica, o conto, a literatura infantil, o ensaio, pelos quais recebeu inúmeros prêmios literários. Sua obra é marcada pelo flerte com o imaginário fantástico e pela investigação da tradição judaico-cristã. Algumas delas foram  publicadas na Inglaterra, Rússia, República Tcheca, Eslováquia, Suécia, Noruega, França, Alemanha, Israel, Estados Unidos, Holanda e Espanha e em Portugal, entre outros países.
Em 1965, casa-se com Judith Vivien Oliven.
Em 1968, publica o livro de contos "O Carnaval dos Animais", que o autor considera de fato sua primeira obra.
Especializa-se no campo da saúde pública como médico sanitarista. Inicia os trabalhos nessa área em 1969.
Em 1970, freqüenta curso de pós-graduação em medicina em Israel, sendo aprovado. Posteriormente, torna-se doutor em Ciências pela Escola Nacional de Saúde Pública.
Seu filho, Roberto, nasce em 1979.
A convite, torna-se professor visitante na Brown University (Departament of Portuguese and Brazilian Studies), em 1993, e na Universidade do Texas, em Austin.
Colabora com diversos dos principais meios de comunicação da mídia impressa (Folha de São Paulo e Zero Hora). Alguns de seus textos foram adaptados para o cinema, teatro e tevê.
Nos anos de 1993 e 1997, vai aos EUA como professor visitante no Departamento de Estudos Portugueses e Brasileiros da Brown University.
Em 31 de julho de 2003 foi eleito, por 35 dos 36 acadêmicos com direito a voto, para a Academia Brasileira de Letras, na cadeira nº 31, ocupada até março de 2003 por Geraldo França de Lima. Tomou posse em 22 de outubro daquele ano, sendo recebido pelo poeta gaúcho Carlos Nejar.
O escritor faleceu no dia 27/02/2011, em Porto Alegre (RS), vítima de falência múltipla de órgãos. 
fonte: http://www.releituras.com/mscliar_bio.asp

Em seguida, questioná-los:

Conhecem o significado da palavra “pausa”?
O que você espera de um texto cujo título é “Pausa”?
(o professor deve anotar as expectativas dos alunos na lousa e depois da leitura confirmar ou não as expectativas)


2º passo: Leitura em voz alta feita pelo professor:

(utilizando entonação de voz, vozes para chamar atenção das vozes do discurso)
Os alunos acompanharão a leitura feita pelo professor
(leitura interrompida para confirmação ou não das expectativas, listadas anteriormente)


Pausa 
 Moacyr Scliar 

Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama,correu para o banheiro, fez a barba e lavou-se. Vestiu-se rapidamente e sem ruído. Estava na cozinha, preparando sanduíches, quando a mulher apareceu,bocejando:
— Vais sair de novo, Samuel?
Fez que sim com a cabeça. Embora jovem, tinha a fronte calva; mas as sobrancelhas eram espessas, a barba, embora recém-feita, deixava ainda no rosto uma sombra azulada. O conjunto era uma máscara escura.
— Todos os domingos tu sais cedo — observou a mulher com azedume na voz.
— Temos muito trabalho no escritório — disse o marido,secamente
Ela olhou os sanduíches:
— Por que não vens almoçar?
— Já te disse; muito trabalho. Não há tempo. Levo um lanche.
A mulher coçava a axila esquerda. Antes que voltasse à carga. Samuel pegou o chapéu:
— Volto de noite.
As ruas ainda estavam úmidas de cerração. Samuel tirou o carro da garagem. Guiava vagarosamente; ao longo do cais, olhando os guindastes, as barcaças atracadas. Estacionou o carro numa travessa quieta. Como pacote de sanduíches debaixo do braço, caminhou apressadamente duas quadras.Deteve-se ao chegar a um hotel pequeno e sujo.
Olhou para os lados e entrou furtivamente. Bateu com as chaves do carro no balcão, acordando um homenzinho que dormia sentado numa poltrona rasgada. Era o gerente. Esfregando os olhos, pôs-se de pé:
- Ah! seu Isidoro! Chegou mais cedo hoje. Friozinho bom este, não é? A gente...
- Estou com pressa, seu Raul - atalhou Samuel.
- Está bem, não vou atrapalhar. O de sempre. - Estendeu a chave.
Samuel subiu quatro lanços de uma escada vacilante. Ao chegar ao último andar, duas mulheres gordas, de chambre floreado, olharam-no com curiosidade:
- Aqui, meu bem! - uma gritou, e riu; um cacarejo curto. 
Ofegante, Samuel entrou no quarto e fechou a porta à chave.Era um aposento pequeno: uma cama de casal, um guarda-roupa de pinho; a um canto, uma bacia cheia d'água, sobre um tripé. Samuel correu as cortinas esfarrapadas, tirou do bolso um despertador de viagem, deu corda e colocou-o na mesinha de cabeceira.
Puxou a colcha e examinou os lençóis com o cenho franzido;com um suspiro, tirou o casaco e os sapatos, afrouxou a gravata.
Sentado na cama, comeu vorazmente quatro sanduíches. Limpou os dedos no papelde embrulho, deitou-se e fechou os olhos.
Dormir.
Em pouco, dormia. Lá embaixo, a cidade começava a mover-se: os automóveis buzinando, os jornaleiros gritando, os sons longínquos.
Um raio de sol filtrou-se pela cortina, estampou um círculo luminoso no chão carcomido.
Samuel dormia; sonhava. Nu, corria por uma planície imensa. Perseguido por um índio montado a cavalo. No quarto abafado ressoava o galope. No planalto da testa, nas colinas do ventre, no vale entre as pernas, corriam. Samuel mexia-se e resmungava. Às duas e meia da tarde sentiu uma dor lancinante nas costas. Sentou-se na cama, os olhos esbugalhados; índio acabara de trespassá-lo com a lança Esvaindo-se em sangue, molhado de suor. Samuel tombou lentamente:ouviu o apito soturno de um vapor. Depois, silêncio.
Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama,correu para a bacia, lavou-se. Vestiu-se rapidamente e saiu. Sentado numa poltrona, o gerente lia uma revista.
- Já vai, seu Isidoro?
- Já - disse Samuel, entregando a chave. Pagou,conferiu o troco em silêncio.
- Até domingo que vem seu Isidoro - disse o gerente.
- Não sei se virei - respondeu Samuel, olhando pela porta; anoite caía.
- O senhor diz isto, mas volta sempre - observou o homem,rindo.
Samuel saiu.
Ao longo do cais, guiava lentamente. Parou um instante,ficou olhando os guindastes recortados contra o céu avermelhado. Depois,seguiu. Para casa.

3º passo: Depois da leitura:

 Localização e informações, comparação de informação;

·         Há presença de palavras que dificultam o entendimento do texto?
·         Qual foi a pausa retratada no texto?
·         Que expectativas foram criadas no trecho em que Samuel encontra as duas mulheres no corredor?
·         Que é a personagem Isidoro?
·         Na sua opinião, por que Samuel dá pausa em sua vida uma vez por semana?
·         Gostou do final do texto? Ele te surpreendeu? Daria um final diferente?

4º passo: Finalizando
Produção de inferências locais, produção de inferências globais

O professor passará o filme “Click”, assim, os alunos serão levados a refletir sobre a intertextualidade existente entre a crônica e o filme

Assistindo ao filme, os alunos responderão às seguintes perguntas:

·         Há semelhanças entre o comportamento dos personagens, tanto da crônica quanto do filme?
·         Há diferenças?

Após este questionamento, divide-se a sala em grupos para que seja feita a leitura dramatizada.
Encerra-se com uma produção escrita em os alunos que reescreverão o texto usando o ponto de vista do porteiro ou da esposa.



Kamila Giovana Camilo