Público Alvo: 9º ano
Duração: 1 bimestre, 2 aulas semanais
ETAPAS
1- Preparando
a leitura
Ativação de conhecimento de mundo; antecipação
ou predição; checagem de hipóteses.
Atividade 1 – RODA DE CONVERSA
·
O professor prepara uma roda de
conversa antes da leitura. –(Levantamento do conhecimento prévio)
·
Apresentação do livro
·
Explorar: o título, autor, capa,
contra capa, editora, bibliografia, etc.
·
Apresentar o título do capítulo,
explorando a palavra beijo
·
Quem já deu o primeiro beijo?
2-Aquecendo para a leitura
Fazer inferências locais e globais
Atividade 2 – Leitura do texto e estudo de
vocabulário.
- Distribuir cópias
do texto para os alunos
·
Solicitar aos alunos para que eles localizem
no texto palavras que desconhecem o significado.
Dividir a sala em
duplas e pedir que tentem adivinhar a significado das palavras desconhecidas no
contexto. Distribuir dicionários e pedir que confiram o significado.
Meu Primeiro Beijo
Antonio Barreto
É difícil acreditar, mas meu primeiro beijo foi num ônibus, na volta da escola. E sabem com quem? Com o Cultura Inútil! Pode? Até que foi legal. Nem eu nem ele sabíamos exatamente o que era "o beijo". Só de filme. Estávamos virgens nesse assunto, e morrendo de medo. Mas aprendemos. E foi assim...
Não sei se numa aula de Biologia ou de Química, o Culta tinha me mandado um dos seus milhares de bilhetinhos:
"Você é a glicose do meu metabolismo.
Te amo muito!
Paracelso"
E assinou com uma letrinha miúda: Paracelso. Paracelso era outro apelido dele. Assinou com letrinha tão minúscula que quase tive dó, tive pena, instinto maternal, coisas de mulher... E também não sei por que: resolvi dar uma chance pra ele, mesmo sem saber que tipo de lance ia rolar.
No dia seguinte, depois do inglês, pediu pra me acompanhar até em casa. No ônibus, veio com o seguinte papo:
- Um beijo pode deixar a gente exausto, sabia? - Fiz cara de desentendida.
Mas ele continuou:
- Dependendo do beijo, a gente põe em ação 29 músculos, consome cerca de 12 calorias e acelera o coração de 70 para 150 batidas por minuto. - Aí ele tomou coragem e pegou na minha mão. Mas continuou salivando seus perdigotos:
- A gente também gasta, na saliva, nada menos que 9 mg de água; 0,7 mg de albumina; 0,18 g de substâncias orgânica; 0,711 mg de matérias graxas; 0,45 mg de sais e pelo menos 250 bactérias...
Aí o bactéria falante aproximou o rosto do meu e, tremendo, tirou seus óculos, tirou os meus, e ficamos nos olhando, de pertinho. O bastante para que eu descobrisse que, sem os óculos, seus olhos eram bonitos e expressivos, azuis e brilhantes. E achei gostoso aquele calorzinho que envolvia o corpo da gente. Ele beijou a pontinha do meu nariz, fechei os olhos e senti sua respiração ofegante. Seus lábios tocaram os meus. Primeiro de leve, depois com mais força, e então nos abraçamos de bocas coladas, por alguns segundos.
E de repente o ônibus já havia chegado no ponto final e já tínhamos transposto , juntos, o abismo do primeiro beijo.
Desci, cheguei em casa, nos beijamos de novo no portão do prédio, e aí ficamos apaixonados por várias semanas. Até que o mundo rolou, as luas vieram e voltaram, o tempo se esqueceu do tempo, as contas de telefone aumentaram, depois diminuíram...e foi ficando nisso. Normal. Que nem meu primeiro beijo. Mas foi inesquecível!
BARRETO, Antonio. Meu primeiro beijo. Balada do primeiro amor. São Paulo: FTD, 1977. p. 134-6.
fonte: Extraído de http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=22430
3-Saboreando o texto
Atividade 3 – CONTEXTO DE PRODUÇÃO
·
Dividir a classe em grupos, e
solicitar uma pesquisa com roteiro (elaborado pelo professor, conforme sua
realidade) Destacar:
- Autor:
- Obra
- Época:
- Gênero:
- Um representante
do grupo faz a apresentação para a sala
-O professor faz intervenção, complementando a
fala dos alunos com foco no gênero
4- Entrelaçando
leituras coletivas
Atividade 4 - Percepção das relações:
intertextualidade x interdiscursividade
·
Intertextualidade:
Trabalhar o texto –
“Beijos” – ( Martha San Juan França)
Beijos
Em todas as bocas
( Martha San Juan França)
É um ato simples,
mas de muitos sentidos. Por isso, é difícil explicar como surgiu
Beijo é ciência?
Depende. No século 19, constatou-se, para surpresa dos ocidentais, que muitas
culturas ignoravam o prazer da "justaposição dos músculos orbiculares da
abertura bucal no estado de contração". Povos do Pacífico Sul e tribos
africanas não tinham esse hábito. Os esquimós preferiam roçar os narizes e os
japoneses nunca admitiriam em público que gostavam de beijar. Mesmo sabendo,
como a medicina se encarregou de esclarecer, que o ato favorece o aparelho
circulatório, aumenta de 70 para 150 os batimentos do coração e beneficia a
oxigenação do sangue.
Sem esquecer que o
beijo estimula a liberação de hormônios que causam bem-estar. Detalhe: na troca
de saliva, a boca é invadida por cerca de 250 bactérias, 9 miligramas de água,
18 de substâncias orgânicas, 7 decigramas de albumina, 711 miligramas de
materiais gordurosos e 45 miligramas de sais minerais. Ninguém pode dizer que
não há rigor científico nessa análise!
Se o ato de beijar
não é natural, mas foi aprendido, então quando se descobriu que fazia bem? Há
muitas teorias. Alguns acreditam que o hábito tem origem na relação mãe e
filho. Há milhares de anos, depois de sugar o peito, a criança recebia
alimentação sólida mastigada pela mãe e passada à boca, como fazem certos tipos
de aves. Mas a teoria é contestada por algumas culturas da Nova Guiné e do
sudoeste da África que tinham o hábito de fornecer comida mastigada aos bebês,
mas nunca se beijaram até ter o primeiro contato com europeus. Supõe-se, mesmo
assim, que o beijo está relacionado ao ato de cheirar e conseqüentemente ao
reconhecimento, pelo odor, dos indivíduos de uma mesma família.
Seja como for, as
primeiras representações do beijo de que se tem notícia datam de 1500 a.C. São
esculturas e murais do templo de Khajuraho, na Índia.No século 6 da era cristã,
o Kama Sutra estava repleto de referências aos beijos. Ele ensina, entre outras
coisas, que "não há duração fixa ou ordem entre o abraço e o beijo, o
aperto e as marcas feitas com as unhas e os dedos", pois "o amor não
cuida do tempo ou da ordem".
O beijo
Pintura de Gustav Klimt (1862-1918), de 1908, simboliza a paixão no estilo Art Nouveau
Diferenças no latim
Escândalo
Nicole Kidman e Tom Cruise em De Olhos Bem Fechados
O costume deve ter
se espalhado entre os povos indo-europeus, pois os gregos o adotaram com
entusiasmo. No século 5 a.C., o historiador Heródoto chegou a descrever vários
tipos de beijos e seus significados entre persas e árabes. Mas foram os romanos
que se encarregaram de popularizá-lo. O latim registra três palavras para
definir o beijo: osculum é aquele beijo solene na face; basium é apaixonado,
que se dá na boca; e saevium, o beijo leve e terno.
O beijo tornou-se
importante na Idade Média, até que a Igreja Católica se encarregou de
reprimi-lo caso a intenção fosse libidinosa em vez de apenas a execução
automática de um gesto de etiqueta. Assustavam-se na época com o prazer que o
beijo podia transmitir. Faz sentido. Os cientistas contemporâneos comprovaram
que o beijo possui uma química especial, uma espécie de marca enviada ao
parceiro por meio do hálito, da língua, dos lábios e da saliva.
As terminações
nervosas reagem ao estímulo erótico e promovem uma reação em cadeia. Ao mesmo
tempo, as células olfativas do nariz – mais próximas da boca – permitem cheirar
e degustar o outro.
Como dizia o poeta
francês Arthur Rimbaud (1854-1891): "os beijos são como pepitas de ouro e
de prata encontradas na terra sem ter qualquer valor em si e que são preciosas
por indicarem que há uma mina perto". Não é à toa que nesses tempos mais
permissivos, o beijo tornou-se matéria-prima importante no cinema, nas
artes-plásticas, na literatura – até beirando o exagero. O beijo amoroso é
visível em todo lugar, virou objeto da publicidade, notícia e vítima de
escândalos. Nas novelas é parte da eterna trama de quem fica com quem.
Felizmente, apesar da vulgarização, continua a ser uma metáfora da paixão. Mais
do que nunca, vale a letra de As Time Goes By, a trilha sonora do filme
Casablanca: "A kiss is still a kiss/(...) The fundamental things apply as
time goes by (um beijo é só um beijo, (..) as coisas fundamentais acontecem
enquanto o tempo passa).
Para ler
O Beijo — primeiras lições de amor, história,
arte e erotismo, de Gérald Cahen. Editora Mandarim. 1998
A Terapia do Beijo, de Eduardo Lambert.
Editora Pensamento. 2000
(reportagem disponível em: http://galileu.globo.com/edic/116/rep_beijos.htm
- acesso em 15/06/2013)
5- Desdobrando para outros momentos
Atividade 5 - Percepção das outras linguagens: Poema
Fazer uma análise do texto com o poema.
Relacionar os sentimentos provocados pela leitura do texto e do
poema?
Um beijo
Foste o beijo melhor da minha vida,
ou talvez o pior...Glória e tormento,
contigo à luz subi do firmamento,
contigo fui pela infernal descida!
Morreste, e o meu desejo não te olvida:
queimas-me o sangue, enches-me o pensamento,
e do teu gosto amargo me alimento,
e rolo-te na boca malferida.
Beijo extremo, meu prêmio e meu castigo,
batismo e extrema-unção, naquele instante
por que, feliz, eu não morri contigo?
Sinto-me o ardor, e o crepitar te escuto,
beijo divino! e anseio delirante,
na perpétua saudade de um minuto...
Olavo Bilac
·
Trabalhar a biografia do autor,
pedindo aos alunos que pesquisem (lição de casa)
6- Desdobrando para
outras linguagens
Percepção de outras
linguagens; elaboração de apreciações estéticas e/ou afetivas; elaboração de
apreciações relativas e valores éticos e/ou políticos
Atividade 6 –
Quais os
sentimentos provocados pela leitura do texto?
Há situações e
locais, em que o beijo é inadequado? Relatar exemplos conhecidos que retratam
situações sobre o “beijo”.
AVALIAÇÃO:
·
Sondagem no interesse e participação
do aluno.
·
Fazer a reescrita – uma narrativa de
personagem que não participa da história (3ª Pessoa)
Referências Bibliográficas
·
BARRETO, Antonio. “Meu primeiro
beijo”. In: Balada do Primeiro Amor. São Paulo: FTD, 1977. p. 134-136. Disponível
em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/
·
DOLZ, Joaquim e SCHNEUWLY, Bernard e
colaboradores. Gêneros e progressão em expressão oral e escrita – elementos
para reflexões sobre uma experiência suíça (Francófona). In: Gêneros orais e
escritos na escola. Campinas: Mercado das Letras, 2010. (
pág.41 – Apostila curso Melhor gestão/Melhor ensino – D.E Região de Jaboticabal
– maio 2013
·
ROJO, Roxane. Letramento e
capacidades de leitura para a cidadania. São Paulo: SEE: CENP, 2004 – texto
apresentado no curso– Melhor gestão/Melhor ensino – D.E Região de Jaboticabal –
maio 2013
·
http://pensador.uol.com.br/poemas_beijo/.
Mônica Hernandes Duran
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