Não me lembro exatamente a idade que tinha, quando folhei o primeiro livro. Sei que o contato com a escrita foi através de uma tia muito querida. Anna era o seu nome, e ela fazia questão de falar que era Anna com dois “n”. Era professora de português, e trazia de São Paulo, muitos livros infantis, principalmente os Contos Clássicos. Adorava que ela contasse historia, dramatizando a voz, enquanto mostrava as gravuras. Dentre as histórias à dos Três Porquinhos, da Cinderela, do Chapeuzinho Vermelho e Branca de Neve, eram as minhas preferidas. Assim, que ela terminava, a fase dos“porquês” começava. Tia, porque o lobo derrubou a casa? Porque a madrasta maltratava a Cinderela? Porque a Chapeuzinho Vermelho desobedeceu a mãe? E assim, passávamos horas conversando, olhando as escritas e as imagens dos livros.
Quando tudo terminava, ela fazia com que eu e meus irmãos, aprendêssemos a cantar: Meu limão, meu limoeiro....; Eu vivo a vida cantando Oh! trepa no coqueiro...... Minha jangada vai sair pro mar....... Para ser feliz....... e tantas outras. Tenho saudades desse tempo, e o quanto me estimulou para que eu aprendesse a gostar de cantar, ler e escrever mais tarde! Aprendi a escrever de fato, aos sete anos, na 1ª. Série, com a D. Laídes Trindade. Mais tarde, aprendi a gostar de ler os romances: "Senhora", "Vidas Secas", "Olhai os Lírios do Campo", dentre outros.
Hoje, como educadora, sei da importância que a leitura prazeroza e a escrita têm na vida da criança. É através da leitura que o mundo de sonhos e fantasias se abrem como nova perspectiva de conhecimento!
Mônica Hernandes Duran
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